Como aprendi a conduzir

Um enredo surpreendente sobre as relações de uma adolescente com o seu tio por afinidade, um homem de cerca de 40 anos. Embora seja uma abordagem ao abuso de menores (sem que o acto sexual alguma vez se concretize), “Como Aprendi a Conduzir” é uma história de amor e de contradição ética e moral que nos faz questionar os limites do certo e do errado.
Paula Vogel afirma sobre esta sua obra: “ Recebemos grandes provas de amor de pessoas que nos fazem mal”. A protagonista (Li’I Bit) recebe grandes lições de vida de quem a magoa profundamente. O elemento mais importante deste texto belo, perturbador e muito divertido, é a força, a energia para a vida, que a “Pequenina” acaba por encontrar a partir de uma relação que, ao longo dos anos, a poderia destruir. Vogel quer demonstrar que chega uma altura na vida em que é necessário fazer contas com o passado e encontrar alguma paz: “Muitas pessoas não conseguem nunca ultrapassar a raiva que sentem contra os abusos de que foram vítimas em crianças e na adolescência” e essa raiva irá envenenar todas as suas relações no futuro, destruindo as suas vidas. Como é possível viver com a memória de um acontecimento traumático? Como é possível reconhecer alguma coisa de bom em algo tão perturbador? Como se poderá perdoar o transgressor e perdoar-se a si mesmo? Como se aprende a conduzir a vida?
“Como Aprendi a Conduzir” é, sobretudo, uma lição de amor e de compreensão, para se conseguir sobreviver.
A peça é também, de forma cativante, cómica e terna, um olhar sobre o núcleo familiar, os seus abismos, desvios e transgressões, apesar do amor.

intérpretes LI’L BIT: MARIA HENRIQUE | PECK: ROGÉRIO SAMORA | CORO GREGO MASCULINO: ANDRÉ E. TEODÓSIO | CORO GREGO FEMININO: ISABEL MEDINA | CORO GREGO ADOLESCENTE: JOANA SEIXAS


autoria PAULA VOGEL
tradução ISABEL MEDINA
encenação FERNANDA LAPA
cenografia e figurinos ANTÓNIO LAGARTO
música original e selecção musical JOÃO LUCAS
desenho de luz NUNO MEIRA

 

Co-produção
ESCOLA DE MULHERES | TEATRO NACIONAL D. MARIA II

Sala Garrett Teatro Nacional D. Maria II
Estreia a 7 de julho
de 7 a 31 de julho, 2004