A COMPANHIA DOS LOBOS

SOBRE O ESPETÁCULO

A companhia leva à cena, com encenação de Francisco Camacho, um texto da escritora britânica Angela Carter, considerada pelo Jornal “The Guardian” uma dos 50 mais importantes escritores ingleses, em estreia absoluta em Portugal.
Continuamos a nossa missão de divulgação de dramaturgia de autoria feminina e de revelação de autoras em estreia absoluta em Portugal, como anteriormente Caryl Churchill, Paula Vogel ou Catherine Verlaguet. Angela Carter foi uma escritora notável com um papel fundamental na literatura ao abordar pioneiramente questões de género, poder, sexualidade e violência de forma inovadora, provocatória, e feminista.
A Companhia dos Lobos é um conto publicado em 1979 no livro “O Quarto dos Horrores” e adaptado pela escritora para nova versão em teatro radiofónico um ano mais tarde. Trata-se de um texto representativo de várias características da escrita da autora, como a releitura de contos de fadas (no caso, uma releitura de «O Capuchinho Vermelho»), que afirma uma visão feminista, contrariando as representações repressoras do papel das mulheres.


SINOPSE

É inerente a um texto teatral radiofónico uma invisibilidade de partida, com o repto ao conjunto de ouvintes de imaginar livremente os acontecimentos que ouvem e os ambientes descritos, e de associar figuras às vozes que escutam. Esta encenação articula essa dimensão com o desafio de paradoxalmente dar a ver algo que deveria ser imaginado por quem ouve, numa perspectiva de desdobramento de sentidos e estabelecendo outras ligações. Quer-se estimular o imaginário de quem assiste e escuta, e a acção cénica não se circunscreve a uma representação do texto, extrapolando este para a criação de outros momentos performativos. Uma outra vertente assenta na manipulação de diferentes materiais para a produção de sons em direto, inspirada pela prática dos artistas de Foley que geram e recriam sons para produções audiovisuais.

A Companhia dos Lobos vai da transmissão sonora ao espaço cénico, e passa pela imagem filmada, amplificando a sucessão de histórias que são contadas na peça radiofónica. A abordagem lúdica do espectáculo ecoa a fantasia e o humor que embalam a visão crítica de Angela Carter. A sua releitura de contos de fadas afirma uma visão feminista, contrariando as representações repressoras do papel das mulheres. A autora liga a defesa da emancipação das mulheres e da sexualidade destas à dualidade humana e animal, com a importância de atender ao instinto e ao desejo, e acenando a um triunfo simbólico da natureza sobre a crença de pendor religioso.


FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA

texto ANGELA CARTER
encenação e espaço cénico FRANCISCO CAMACHO
interpretação CARLA BOLITO, CARLOS MALVAREZ, SOFIA FIALHO, MARTA LAPA, RUY MALHEIRO, VICTOR GONÇALVES
tradução e apoio dramatúrgico PAULO MORGADO
figurinos CARLOTA LAGIDO
desenho de luz PAULO SANTOS
design gráfico LUIS COVAS
vídeo EDUARDO BREDA
fotografia e produção executiva INÊS MATOS
assessoria de imprensa SHOWBUZZ
operação técnica MARIA JOÃO ARSÉNIO
direção de produção RUY MALHEIRO
agradecimento SOPHIA COSTA

direção artística Escola de Mulheres MARTA LAPA e RUY MALHEIRO

M/12

duração aprox. 70 min.
ESTREIA 22 de maio 2024
TEMPORADA 22 de maio a 9 de junho 2024 | 4ª a dom. às 21h30
espaço ESCOLA DE MULHERES (Clube Estefânia)

CIRCULAÇÃO
Tondela – Trigo Limpo Teatro ACERT | 21 de setembro 2024

PROGRAMA