O instinto maternal é uma mentira ou Sonata de Outono. Mãe e filha encontram-se depois de sete anos de separação. A mãe, Charlotte, é uma pianista mundialmente famosa, já sexagenária e ainda no auge da sua carreira. Uma mulher capaz de interpretar as mais delicadas composições de Chopin ou Beethoven, mas sempre incompetente ao tentar interpretar a própria filha, Eva. A Eva nenhuma palavra ou gesto lhe passou despercebida ao longo da sua vida, especialmente se estas palavras e gestos vieram da mãe. Considera-se “filha de uma mãe que nunca fica frustrada, decepcionada ou infeliz”, definição que, mesmo irónica, a marcou para sempre, uma vez que Charlotte lhe impôs doses equivocadas de felicidade e segurança. Casada com Viktor, um pastor protestante passivo e observador, ela vê o marido como um amigo, sendo, como é, incapaz de acreditar no amor. Helena, a irmã mais nova, sofre de uma doença degenerativa, o que afastou sempre de si a mãe. Neste regresso, Charlotte é obrigada a confrontar-se com o facto de as duas irmãs viverem juntas.
Bergman destrói a convenção das relações afectuosas entre mães e filhas. A dor é a personagem central deste huis-clos que nos sufoca pela sua dureza.
INTÉRPRETES ANA BUSTROFF | FERNANDA LAPA | MARTA LAPA | VIRGÍLIO CASTELO
autoria INGMAR BERGMAN
tradução FERNANDA LAPA | JONAS OMBERG
encenação FERNANDA LAPA | CUCHA CARVALHEIRO
cenografia e figurinos ANTÓNIO LAGARTO
desenho de luz MÁRIO BESSA
selecção musical NUNO VIEIRA DE ALMEIDA
elocução LUÍS MADUREIRA
fotos MARGARIDA DIAS
produção executiva MANUELA JORGE
coprodução Escola de Mulheres e São Luiz Teatro Municipal
São Luiz Teatro Municipal
de 02 a 25 de Novembro, 2007