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VAI VEM É um espetáculo de teatro musical, construído a partir do universo de Samuel Beckett, e das suas Comédias e Actos Diversos (Sopro, Acto Sem Palavras I, Acto Sem Palavras II). Samuel Beckett é considerado um dos mais geniais autores teatrais do século XX.
VAI VEM é um solo para uma atriz sozinha num palco, que num tom tragicómico, interpreta um ser bicéfalo, nem homem nem mulher, lançado, sem o ter pedido, num universo cénico gigantesco e tridimensional. Recorrendo a ações primordiais e gestos do quotidiano, precisos e repetidos até à exaustão, a atriz torna-se assim o paradigma da própria criação artística e da sua eterna melancolia.
VAI VEM é um espetáculo multidisciplinar, próximo do conceito de performance, que utiliza e cruza linguagens diversas como o teatro, a dança, a música, a luz e o vídeo. Apesar da simplicidade do seu dispositivo cénico, construído a partir do conceito de caixa preta, VAI VEM tem um forte impacto sonoro e visual.
autoria SAMUEL BECKETT | LUÍS DE CAMÕES | FERNANDO PESSOA | WILLIAM SHAKESPEARE encenação JOSÉ WALLENSTEIN | tradução MARIANA WALLENSTEIN
interpretação SANDRA CELAS
cenografia e adereços ALEXANDRA CAMPOS | vídeo ANTÓNIO JORGE GONÇALVES | desenho de luz JORGE RIBEIRO | música Capitão Fausto: DOMINGOS COIMBRA (baixo), FRANCISCO FERREIRA (teclas e guitarra), MANUEL PALHA (guitarra), SALVADOR SEABRA (bateria), TOMÁS WALLENSTEIN (guitarra) | cabelos e maquilhagem DANILA HAZAKIS | técnica de luz INÊS POMBO | montagem MANUEL VITÓRIA | fotografia JOÃO SILVEIRA RAMOS | design e produção ANDRÉ LUZ
24 A 27 DE JUNHO, 2010 |
MEMÓRIAS DE BRANCA DIAS
É sábado. Estamos em Olinda, no Pernambuco brasileiro do séc XVI, em casa de Branca Dias, portuguesa cristã-nova de Viana da Foz do Lima. Denunciada pela própria mãe e pela irmã, é presa pela Inquisição em Lisboa, de onde parte clandestinamente com sete filhos, para o Pernambuco. Com Diogo Fernandes, seu marido, constrói Camaragibe, um dos primeiros engenhos de açúcar do Pernambuco, onde cria os seus onze filhos, e onde permanecerá dez anos depois da morte do marido como a primeira senhora de engenho do Brasil. Vende Camaragibe para se instalar em Olinda, onde se torna mestra de meninas, criando a primeira escola de costura e de cozinha. Branca Dias celebra mais um sabath: roupa lavada, casa varrida, comida feita na véspera. Entre as orações do dia, Branca Dias recorda e revive os principais momentos e pessoas da sua vida. Está muito calor.
autoria MIGUEL REAL | adaptação dramatúrgica e encenação FILOMENA OLIVEIRA
interpretação ROSÁRIO GONZAGA
orgânica sonora e música original DAVID MARTINS | arranjos para voz ANDREIA LOPES | conceção cenográfica RICARDO ASSIS ROSA | desenho de luz PAULO CUNHA | pesquisa e desenho de figurino ANA BRUNO | direção técnica JOÃO CARLOS MARQUES | direção de cena PEDRO BILOU | direção de construção TOMÉ BAIXINHO | produção CENDREV | operação de luz ANTÓNIO REBOCHO | operação de som PEDRO BILOU | guarda-roupa VICÊNCIA MOREIRA | construção TOMÉ BAIXINHO, TOMÉ ANTAS, PAULO CAROCHO | secretariado MARLENE CHARNECA, ANA DOMINGUINHOS, MARGARIDA RITA | fotografia PAULO NUNO SILVA | design gráfico MILIDEIAS, COMUNICAÇÃO VISUAL, LDA.
1 A 4 DE JULHO, 2010
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CARTA COM RESPOSTA
Fernando Pessoa transformou-se em Maria José, uma rapariga de dezanove anos, corcunda, cuja vida se reduz ao recorte de uma janela. Maria José descobre-se mulher através da força impossível da paixão. Fernando Pessoa incarnou esta mulher e escreveu a carta de amor que ela nunca teria coragem de entregar. Muitos anos mais tarde, Inês Pedrosa imaginou a resposta a essa carta. Ângela Pinto e Hélder Gamboa ousaram dar corpo a essa história de amor e solidão, que é também uma história de medos e preconceitos, de sonho e intimidade.
Carta com Resposta a partir das obras A Carta da Corcunda ao Serralheiro de FERNANDO PESSOA e A Carta do Serralheiro para a Corcunda de INÊS PEDROSA
encenação HÉLDER GAMBOA
interpretação ÂNGELA PINTO | HÉLDER GAMBOA
cenografia SARA FRANQUEIRA | desenho de Luz NUNO SAMORA
15 A 18 DE JULHO, 2010 |
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SON(H)O
Um espetáculo multidisciplinar que pretende desconstruir uma célebre frase de Antoine de Saint-Exupéry: “o essencial é invisível para os olhos”, usando o diálogo entre o teatro, a dança, o vídeo, a luz, e o som, na perspetiva de tornar visível aquilo que habitualmente apelidamos de “é o que eu sinto, não sei explicar”, utilizando a ideia de ter sonhos, fantasiar, entregar-se a fantasias ou devaneios, iludir-se, ver em sonhos, imaginar, idealizar sonhar acordado, alhear-se da realidade, porque por vezes, o homem é mais sincero e rico na desordem dos sonhos que na consciência unitária do raciocinador acordado. Mas nós vivemos enquanto negamos o sonho e o tornamos inútil. A vida não é sonho, mas a urdidura dos sonhos pode iluminar e embelezar a trama da vida.
Entre o sono e o sonho é o lugar onde voamos… (Paulo Diegues)
criação, encenação, espaço cénico, operação de som e de luz PAULO DIEGUES
intérprete IOLANDA LARANJEIRO
guarda-roupa PAULO DIEGUES | IOLANDA LARANJEIRO | fotografia de cena ANTÓNIO COELHO | grafismo PAULO DIEGUES | GABRIEL ORLANDO | música MIGUEL FONSECA | produção executiva NINHO DE VÍBORAS | direção de produção: KARAS
22 A 25 DE JULHO, 2010
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JANIS E A TARTARUGA
Janis é uma jovem à boleia pelas estradas de um país em mudança. A força interior que a acompanha nesta viagem é apenas um reflexo de uma geração que incorporou a mudança social como o maior dos desejos coletivos.
Janis é a voz de uma juventude que procurou encontrar-se a si própria através do excesso e que procurou na diferença um manifesto para a autoafirmação. O espaço-tempo desta peça encontra frente-a-frente as drogas e a libertação sexual, a música rebelde e os sentimentos antiguerra, a luta antirracista e o alcance de uma existência mais verdadeira.
Muitos verão em Janis a figura lendária de Janis Joplin. Outros sentirão que aquela que caminha é apenas uma entre muitos jovens que decidiram fazer frente a uma América que colocou tartarugas lentas no caminho.
“Janis e a Tartaruga” não é uma biografia. É apenas, de alguma forma, uma visita à geração dos sessenta.
Ficção, monólogo, uma rapariga, uma tartaruga… e outra que aparece no lugar de cada um de nós.”
texto PEDRO PINTO e FILIPE PINTO | encenação e figurinos LUÍSA PINTO
interpretação CARLA GALVÃO
direção musical e canção original CARLOS TE | produção musical MIGUEL FERREIRA | guitarras MARCO NUNES | baixo NUNO SIMÕES | bateria SÉRGIO NASCIMENTO | slide guitar e gravação ANDRÉ INDIANA | cenografia CATIA BARROS | desenho de luz e operação BRUNO SANTOS | sonoplastia PEDRO LOPES MOREIRA | design e operação de vídeo MIGUEL MIRANDA | assistente de encenação TERESA LEAL | produção executiva TERESA LEAL | produção Cineteatro Constantino Nery / Câmara Municipal de Matosinhos
12 A 15 DE AGOSTO, 2010
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MULHER MIM
Mulher Mim será Elas, corpo de mulheres, consciência femininas, matéria e espírito, martírio e esperança.
O que é uma Mulher, a não ser tantas e tantos? O que é uma Mulher, a não ser Ser em Progresso? A novidade é Ela. Ação transformadora em curso, talvez não para hoje, talvez não para amanhã, mas em movimento. O Mundo será outro, talvez não melhor, talvez não pior, mas Nosso. Verdadeiramente, dois olhares, quatro mãos, Ela e Ele, duas perspetivas, dois pesos e quantas e tantas medidas. E o Mundo será outro. E eu quero esse Mundo.
Hoje, como amanhã, como sempre, sou Adelaide Cabete (1867-1935) e digo, com aspas: “o Feminismo terminará onde acabam todas as ideias do Progresso e toda a esperança generosa, terminará onde acabam todas as aspirações justas”. Sou Adelaide. Sobre Mulher Mim, o espetáculo, digo obrigado a Ana de Castro Osório, Maria Lamas, Dulce Maria Cardoso, Pina Bausch, Sophia de Mello Breyner Andresen, Virginia Woolf, Ana Vicente, Fernando Pessoa, Anton Tchékhov, António Gedeão, José Mário Branco, Rodrigo Leão, Karl Kraus, Samuel Beckett, Jean-Luc Godard e Ingmar Bergman (o que fazem os senhores aqui?), Nina Lugovskaia, Avó Rafaela, às Marias Isabel Barreno, Teresa Horta e Velho da Costa, Calamity Jane, Emma Santos, Emily Dickinson, Natália Correia, Adelaide Cabete, Simone de Beauvoir, Harold Pinter (o senhor também?) e Antonia Fraser, Isabel Allende, Paula Rego. Faltará alguém. Falta sempre. As palavras e as imagens da Mulher Mim foram escritas por nós.
Obrigado, também, Amy Cutler. Pelo deslumbramento das imagens e pelo que nos dizes. “The gift of being puzzled”, essa dádiva de ser confrontado com peças soltas; o prazer, diria até o direito, de ser desafiado a construir, cada um de nós por si, o nosso próprio objeto artístico. Foi tão bom. Fernando Giestas
direção artística RAFAELA SANTOS | encenação, movimento e espaço cénico RAFAELA SANTOS e LEONOR KEIL
interpretação RAFAELA SANTOS
dramaturgia FERNANDO GIESTAS | figurino RAFAELA MAPRIL | desenho de luz JORGE RIBEIRO | desenho de som TIAGO CERQUEIRA | costura LURDES GIESTAS | ilustração DEDO MAU | fotografia LUÍS BELO | vozes off AMÉLIA GIESTAS, CATARINA, LEONOR e LIRA KEIL, GISÉLIA ANTUNES, LIA ALVADIA, MARIA LUÍSA SANTOS, MARGARIDA FONSECA | produção RODRIGO FRANCISCO, Magnólia Teatro, Amarelo Silvestre – Ass. Cultural | coprodução Teatro Viriato, Viseu | Centro Cultural de Vila Flor, Guimarães
09 A 12 DE SETEMBRO, 2010
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VULCÃO
Neste monólogo, com encenação de João Grosso, Custódia Gallego aborda, de forma emocionante, temas como a violência física e psicológica, numa clara remissão para o extermínio alemão nazi.
O dramaturgo, poeta e romancista Abel Neves tem publicadas várias obras para teatro, tendo sido o vencedor em 2009 da III edição do Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva.
Submissa quanto pode e deve ser, Valdete vive os seus dias nas garras de um monstro, o seu marido Samuel. Antes de casar, sonhou com ele um amor feliz, mas depois o nascimento de um filho cego revela a natureza bizarra do seu homem. Obcecado com a ideia do extermínio, de acabar com os fracos, Samuel recolhe todos os cães que encontra e atira-os à morte, construindo perto da casa um poço semelhante ao dos antigos fojos de lobo.
Uma noite, entrega o seu pequeno filho à máfia do tráfico de órgãos e, muito provavelmente também, à morte.
Prisioneira na sua própria casa, algemada, Valdete resiste ao martírio, à violação e, sempre na esperança de poder saber onde está o seu querido filho, aceita continuar a vida junto do homem que odeia. Até que ele, alcoolizado, sofre um ataque…
autoria ABEL NEVES | encenação JOÃO GROSSO | cenografia RUI ALEXANDRE
interpretação CUSTÓDIA GALLEGO
figurinos DINO ALVES | desenho de luz JOSÉ NUNO LIMA | sonoplastia LUÍS ALY | assistente de encenação CATARINA BERNARDO | direção de cena MANUEL GUICHO | operador de som FÁBIO FERREIRA | operador de luz PEDRO CORREIA | coprodução TNDM II e ACE / Teatro do Bolhão
16 A 19 DE SETEMBRO, 2010
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CAMINHOS
A partir do universo de Truman Capote, “Caminhos” conta a história de uma mulher solitária que ainda procura o seu caminho.
Mary O’Meaghan, é uma personagem enunciada num conto de capote, que aqui ganha uma história, uma vida, um passado e uma procura incessante de futuro. Uma mulher que acaba por seguir os conselhos de uma velha vizinha, e arranjar um plano para procurar um marido.
a partir de TRUMAN CAPOTE | texto e encenação JOANA BRANDÃO
interpretação JOANA BRANDÃO
cenografia JOÃO BUCHO | Figurinos CHISSANGUE AFONSO | desenho de luz DANIEL NEVES
23 A 26 DE SETEMBRO, 2010
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NARCISA | ANÓNIMA
NARCISA
Narcisa: a mulher clown, a mulher plástico, a pin-up girl, a mulher super-herói… Narcisa, a mulher ao espelho que convoca as suas múltiplas personagens num desdobramento esquizofrénico dos seus eus, como uma forma de viver e encontrar o amor. Um amor igualmente narcisista e solitário. Narcisa cria ironicamente e compulsivamente universos de fantasia quotidiana como recusa do seu regresso ao mundo real. A metamorfose operada na personagem é apresentada e explorada na representação da intérprete, sem recorrer a nenhum texto, objeto ou mudança de figurino. Vive suspensa no seu espaço “montra” onde expõe os seus Eus que ama e odeia profundamente. Ela é a sua própria líder mas também a sua criada. O seu espelho invisível e imaginário é o público. Ela cria-se e recria-se.
Narcisa surgiu como uma proposta de criação de uma situação cénica de “in-put” não textual que se centra essencialmente no trabalho de expressão da atriz. Sem qualquer outro artefacto.
Quando o público entra na sala a intérprete está suspensa num espaço completamente vazio e indefinido. A sua expressão é vazia e sombria. Ela limita o espaço da sua representação com pequenos passos, e desenha um retângulo que se ilumina no chão. Ela vê-se ao espelho, ela limpa o espaço, ela transforma-se numa mulher de plástico, ela escreve à máquina, ela ausculta o seu coração… Narcisa, um solo com Margarida Gonçalves, atriz que se distingue pelas suas qualidades performativas de características muito particulares, de forte componente gestual. O espetáculo foi criado com meios reduzidos, explorando uma linguagem clown e cómico-trágica assente fundamentalmente no desempenho da intérprete.
ANÓNIMA
A intérprete/candidata apresenta-se como a personagem Anónima, determinada a cumprir as regras de um jogo denominado A Neurose do Sistema, onde o espectador se torna cúmplice, testemunha, júri e possível entidade patronal. O público, soberano, escolhe a sua posição.
A performance Anónima é “um trabalho sobre o trabalho” que satiriza as projeções negativas do imaginário coletivo diante do mistério feminino. A mulher – demónio e bode expiatório. A mulher – monstra e a mulher feita de auto-ódio. A criminosa ignorante sem identidade, viciada pela religião. O rap da Eva. A balada da subalterna. O hino da super-boa.
A Estufa agradece o convite do Teatro Bruto e retoma o seu percurso artístico, questionando ainda a sociedade da normalização, a banalização da violência, a ditadura da imagem e a anulação da identidade.
NARCISA | criação e encenação ANA LUENA | co-criação MARGARIDA GONÇALVES
interpretação MARGARIDA GONÇALVES
desenho de luz EDUARDO ABDALA – VISUALIGHT | direção técnica e montagem VISUALIGHT, ESPECTÁCULOS, LDA | produção TEATRO BRUTO
ANÓNIMA | texto e direcção MIGUEL CABRAL | co-criação ISABEL NUNES
interpretação ISABEL NUNES
música RATO54 | letras ISABEL NUNES | desenho de luz EDUARDO ABDALA – VISUALIGHT | direcção técnica e montagem VISUALIGHT, ESPECTÁCULOS LDA | produção ESTUFA
30 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO, 2010
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SEX ZOMBIE – A VIDA DE VERONICA LAKE
Sex Zombie – a vida de Veronica Lake é um monólogo que parte da vida da atriz de cinema norte-americana Veronica Lake (1922 – 1973), com presença marcante em filmes como This Gun for Hire, The Glass Key ou The Blue Dahlia.
Estrela de referência de muitos filmes dos anos 40 e dona de um cobiçado cabelo platinado e ondulado, Veronica Lake escondia uma outra vida para além daquela como atriz de cinema. Juntamente com problemas com álcool e drogas, passou por quatro casamentos agitados e terminou os seus dias lutando contra a loucura que se apoderou da sua cabeça, trabalhando anonimamente num hotel de prostituição feminina.
Sex Zombie – a vida de Veronica Lake é um espetáculo para um ator e uma voz onde se explora a vida de um ícone cinematográfico, revelando o lado humano e real por trás de cada estrela de cinema que habita o universo de muitos espectadores. A partir de dados biográficos, o texto original de André Murraças explora o que sobra quando as estrelas deixam de ser amadas e ficam entregues à sua própria sorte. Fala-se da ascensão e da queda, mas também sobre a procura de um significado para uma mulher que queria existir sem ser como produto fabricado pelos estúdios de cinema. É um espetáculo sobre uma inspiração para muitas outras mulheres que se viram, de repente, sem maridos por causa da guerra ou porque eles tinham voltado completamente transformados. Dramaturgicamente, fala-se das lutas de Veronica e de muitas outras mulheres num mundo dominado por homens, suscitando simpatia nas donas de casa norte-americanas, que nela viam um escape. Uma ilusão.
Depois de Film Noir e CinemaScope, espectáculos onde André Murraças trouxe o universo do cinema para o teatro, será a vez de Sex Zombie – a vida de Veronica Lake.
texto, encenação e espaço cénico ANDRÉ MURRAÇAS | produção BRUNO REIS pela Metamorfose | design Gráfico SOFIA SILVA
interpretação ANDRÉ MURRAÇAS
07 A 10 DE OUTUBRO, 2010
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COMEÇAR A ACABAR
Começar a Acabar é um trabalho dramatúrgico surpreendente elaborado por Samuel Beckett que revisita os momentos mais significativos da sua obra. Para João Lagarto, Começar a Acabar é, antes de mais, um profundo ato de amizade entre 2 irlandeses proeminentes: o dramaturgo Samuel Beckett e o ator Jack Macgowran, de onde resultou um monólogo de uma espantosa unidade dramática que passa pelos poemas e pelas vozes de Krapp, Lucky, Molloy, Clov, Malone, entre outras. Celebração da errância temática e da confessionalidade que habitam a obra do autor, Começar a Acabar é a desconcertante confirmação da máxima beckettiana: “Não há nada no mundo mais cómico do que a infelicidade.”
Prémio Melhor Interpretação 2006 | Associação Portuguesa de Críticos de Teatro
Globo de Ouro para o Melhor Actor de Teatro 2006
texto SAMUEL BECKETT | encenação, tradução JOÃO LAGARTO
interpretação JOÃO LAGARTO
música JORGE PALMA | iluminação JOSÉ CARLOS GOMES | figurino ANA TERESA CASTELO | fotografia MARGARIDA DIAS | operação de luz e som NELSON LIMA | produção PEDRO APARÍCIO | design gráfico BERNARDO PROVIDÊNCIA
14 A 17 DE OUTUBRO, 2010WORKSHOP sobre SAMUEL BECKETT
O monólogo COMEÇAR A ACABAR é o resultado de uma montagem que Samuel Beckett fez nos anos 60, a partir de vários dos seus livros. Observar de perto os critérios e a metodologia que Beckett utilizou nessa montagem é o que João Lagarto propõe neste workshop. Os textos que Beckett utilizou neste trabalho são unanimemente considerados os marcos fundamentais da sua obra ( os romances – Watt, Molloy, Malone Está a Morrer e o Inominável; as peças – À Espera de Godot, Fim de Partida e A Última Gravação de Krapp e os poemas) .
Falar de COMEÇAR A ACABAR é necessariamente falar também do ator Jack MacGowran, para quem o monólogo foi pensado, que participou ativamente no trabalho de escolha e montagem dos vários fragmentos e que o representou com grande êxito até à sua morte em 1973.
A reforçar o lado prático do presente workshop está o facto de ele não ser apenas um estudo dramatúrgico duma obra de Samuel Beckett, mas refletir inevitavelmente as questões com que o ator João Lagarto se debateu durante a já longa carreira da presente produção de COMEÇAR A ACABAR (que estreou em 2006 no Teatro Nacional D. Maria, e que se mantém em cartaz desde então).
17 DE OUTUBRO, 2010
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(AB)SURDO
Ele é um pouco de todos os (ex)combatentes do Ultramar. Tem consigo, no seu saco, um pouco das memórias de todos. Na chapa ao pescoço, o número de cada um.
De volta àqueles dias em Angola, Moçambique, Índia… as memórias surgem em catapulta. A chegada, a partida e todos os dias recalcados no meio, os bons e os maus, estão agora a ser revisitados.
A sua Consciência perturba-o, confronta-o, mostra-lhe lugares que ele não quer rever… É também a sua única companheira nesta viagem em que ser ou não ser, não é uma questão. Mais cedo ou mais tarde a luta entre a ilusão e o real termina. Eles estão sós. Já não esperam nada. Talvez apenas acordar.
texto de ALFREDO BRITO | PEDRO VIEIRA | criação PEDRO VIEIRA
interpretação PEDRO VIEIRA | intérprete vídeo ALFREDO BRITO
assistência de encenação INÊS TAROUCA | MAFALDA SANTOS | TIAGO CADETE | consultoria CRISTINA CARVALHAL | desenho de luz PEDRO VIEIRA | JOANA GALEANO | espaço cénico ANDRÉ RAMOS SILVA e DIANA PIQUER | design e edição vídeo DANILO WARICK e MIGUEL GUIMARÃES | documentário e vídeo MIGUEL MANSO | fotografia ARMANDA CLARO | produção vídeo MÓNICA MOTA | produção CATARINA MENDES e JOANA GALEANO
21 A 24 DE OUTUBRO, 2010
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ÓSCAR E A SENHORA COR-DE-ROSA
Um hino à vida e ao ser humano. Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa mostra-nos a amizade total entre uma criança de 10 anos com leucemia e a Senhora cor-de-rosa (voluntária na área da pediatria do Hospital), que todos os dias o visita. Durante o tempo em que a Senhora cor-de-rosa passa com Óscar, decidem fazer um jogo: “Cada dia equivale a dez anos”. Deste modo o menino passa a ter a sensação de que avança no tempo e de que aproveita a vida nas suas diferentes idades. Ele morre com a sensação que tem mais de cem anos e que viveu uma vida plena de emoções e alegrias. Nessa “longa” vida que o menino passa a ter, ele reinventa o Mundo sob a maravilhosa cor de fantasia, desafiando a morte com um olhar divertido sobre o Universo dos adultos e das outras crianças doentes que o rodeiam no Hospital. Desta vida maravilhosa ficou o testemunho através de cartas que o menino escrevia todos os dias a Deus, em forma de diário.
autor ERIC-EMMANUEL SCHMITT | tradução IVONE DE MOURA | LÍDIA FRANCO | encenação MARCIA HAUFRECHT
interpretação LÍDIA FRANCO
cenografia e adereços ANA VAZ | técnica vocal MARIA JOÃO SERRÃO
04 A 07 DE NOVEMBRO, 2010
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A VISITA
Quando um homem do campo carregado de memórias, caminha solto no espaço, os seus pés de barro misturam-se com os dedos que se cavaram na terra. A harmonia é dissonante, no equilíbrio ele parece cambalear, como se fosse voar. Como marinheiro sem mar. A melodia desse movimento, encontra o compasso no tropeço, como um corpo suspenso, que procura o gesto para sintetizar, a ideia que se perde no meio da palavra. O ritmo determina o seu andamento pela ansiedade e a respiração queima o ar.
O texto serve como ferramenta para uma construção, ou desconstrução de qualquer lógica naturalista, indo ao encontro da poética das sonoridades mais rurais.
Que espera este homem? Que podem esperar os homens? Que se pode esperar encontrar dentro das invenções que se reinventam para acreditar que se vive… ou não se vive.
As aldeias morrem, de gentes, de bichos, e depois, de memórias que se escondem no vazio onde dorme a essência daquilo que somos e não somos.
Um homem dentro da mais absoluta solidão de uma aldeia de Portugal, igual a todas as aldeias onde já ninguém vive, nessa aldeia vazia de gente, só um ser inventado, pode contar, ou inventar histórias que talvez, nunca existiram.
As aldeias… realidade abandonada à própria sorte… realidade perdida… desconexa. Mítica paisagem que a todos parece envergonhar e que todos procuram ignorar, desconhecendo que mesmo desertas elas existem, mesmo sem habitantes, elas resistem, mesmo sem existirem, elas teimosamente resistem… lugar para onde não se volta mais.
texto e encenação MONCHO RODRIGUEZ | música NARCISO FERNANDES | produção TEATRO INVISÍVEL
interpretação PEDRO GIESTAS
11 A 14 DE NOVEMBRO, 2010
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JULIETTA
Julietta [a personagem] está pendurada num trapézio. Joga, inocente, como menina que é, desfrutando do espaço em movimento, do risco. Não sabe o que a espera. Sílvia [a atriz] está pendurada num trapézio. Consciente, arrisca, como mulher adulta que é, desfrutando do jogo, do vértigo, do silêncio. Sabe perfeitamente o que a espera.
A vivência das duas personagens deixa de ser independente e a atriz vê na sua vida o reflexo do pathos de Julietta.
Numa reflexão desesperada, em que a vida da personagem toma as rédeas da vida da atriz, desmultiplica-se nas personagens de Romeu e Julieta, trazendo os paradoxos da sua situação na voz das diferentes personas.
Habituados que estamos à convenção na representação shakespeariana, em Julietta somos confrontados com uma plasticidade nova: as técnicas circenses e os jogos da luz tornam-se veículo perfeito do enredo isabelino, que se desenrola naturalmente na sua intemporalidade, encontrando na novidade da forma não um obstáculo, mas uma via rápida do entendimento. Julietta é um monólogo de múltiplas personagens que vão tomando o palco à vez, em que acabamos por nos perguntar “Será Julietta a personagem principal?”
sobre ROMEU E JULIETA DE WILLIAM SHAKESPEARE | texto e encenação CLAUDIO HOCHMAN
interpretação SÍLVIA BALANCHO
música CÉSAR VIANA | figurino ANA SABINO | responsável técnico JOÃO TOMÉ | assistência aérea MARCELO CUROTTI, JOAQUIM DA SILVA | preparador físico DIOGO GAMA | assistência de encenação ANABELA MOURATO | assistência de produção SARA PISCO | produção artística SHAKESPEARE WOMEN COMPANY | direção de produção BEMDITAS – CRIADORES CULTURAIS
18 A 28 DE NOVEMBRO, 2010
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RINOCERONTE
Um a um, os cidadãos de uma pacata cidade, vão-se transformando em rinocerontes. Bérenger não compreende o que se passa e tenta discutir o assunto com amigos, colegas e outras pessoas à sua volta. O resultado não é conclusivo. Além do mais, há rinocerontes que chegam ao ponto de lhe telefonar para casa e gozar com ele. Eles cantam, dançam e atropelam tudo e todos que apareçam à frente. Esta é a história, contada na primeira pessoa, de um homem que resiste ao impulso de se transformar num rinoceronte.Tradução e adaptação por Anabela Garcia da novela de Eugène Ionesco Rhinocéros escrita em 1958, editada por Reinhold e Helga Pieper, à qual foram acrescentados pequenos excertos da peça teatral Rhinocéros das Éditions Gallimard, 1959.
autoria EUGÈNE IONESCO | tradução e adaptação ANABELA GARCIA | criação BRUNO MENDES
interpretação BRUNO MENDES
assistência de encenação ANA MOTA FERREIRA | operação de luz e som JOANA VELEZ
2 A 5 DE DEZEMBRO, 2010
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